segunda-feira, 29 de março de 2010

CANDIDATURA DA PROFESSORA VANIA MEDEIROS É A QUE TEM RECEBIDO MAIS APOIO DA COMUNIDADE



A candidatura da professora Vania Medeiros, 45, à Reitoria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), vem recebendo manifestações constantes de apoio da comunidade. Em entrevista, a professora garante que sua campanha será pautada pela transparência e ética profissional. Vania vai iniciar os contatos políticos nos nove (09) Campi da Instituição.

P.COMO VOCÊ PRETENDE SE COMPORTAR DURANTE A CAMPANHA À A REITORIA DO IFPB?

R.Pretendo exercer o papel de candidata com o mesmo empenho que tenho desenvolvido outros papéis na instituição. Já estou bastante envolvida no processo de reconhecimento da realidade institucional ouvindo estudantes, técnicos administrativos e professores.  A minha postura como pré-candidata tem sido de uma escuta reflexiva e racional. Quando me é apresentado um problema vou buscar pressupostos teóricos e legais para as questões e tento me posicionar. Assim, vão fluindo as novas idéias que nortearão a construção de uma diretriz para uma futura gestão. No entanto, não tenho nenhuma dúvida de que a qualidade da campanha dependerá não só do meu papel, mas de como a comunidade participará e do quanto ela estará aberta a discutir as propostas de todos os candidatos.

Desde que demonstrei minha disponibilidade em participar como candidata que recebo manifestações das mais diversas. As que mais me incomodam são as que expressam um questionamento sobre o meu direito de participar porque não sou conhecida! Sou conhecida sim, pelos meus pares, meus alunos e pela comunidade externa que se sente partícipe do meu trabalho acadêmico. Opiniões desta natureza demonstram o quanto o IFPB precisa de uma maior integração através de uma política de comunicação que contemple todos os espaços produtivos. Aqui, ou você tem uma função administrativa e/ou política ou você não existe.

P-ALGUMAS PESSOAS DA COMUNIDADE ALEGAM QUE VOCÊ TEM MUITA CORAGEM EM SE CANDIDATAR. COMO VOCÊ ENTENDE ESSA REAÇÃO?

R.Interessante você perguntar isto, porque dentre todas as reações, a perplexidade manifestada pela expressão “você é corajosa” foi a mais freqüente. Mas, percebo sentimentos diferentes em grupos diferentes. Alguns querem expressar admiração pela minha disposição em me expor e concorrer; outros demonstram alegria e gratidão porque vai acontecer um processo democrático e participativo e eu tive a disponibilidade para colaborar com isto; e outros, ainda, assumem uma postura mais contraditória de quem ao mesmo tempo em que reconhece a coragem, também reconhece certa presunção de minha parte.

Bem, todos têm o direito de pensar o que quiser, mas as convicções e a responsabilidade por este ato são minhas. Eu não tenho nenhuma dúvida sobre a importância do meu papel neste processo. Prefiro me entender como uma profissional  comprometida, e como diz Paulo Freire “a primeira condição para que um ser possa assumir um ato comprometido está em ser capaz de agir e refletir.” Os que me conhecem sabem que sou assim.

P. O IFPB É UMA INSTITUIÇÃO MULTICAMPI, COMO VOCÊ PRETENDE MANTER CONTATO COM TODA A COMUNIDADE?

R. Depois de escolhida a comissão eleitoral e aberto o processo de debate, eu irei aos campi como candidata, neste interstício a minha idéia vai ser provocar contatos informais que me permitam  conhecer as pessoas, ouvir sobre a realidade de cada campus e, principalmente, pretendo me expor a questionamentos e reflexões que possibilitem a construção de relações importantes para o futuro da Instituição.

P- DO PONTO DE VISTA FINANCEIRO, COMO SERÁ SUA CAMPANHA?

R. No momento ainda estamos discutindo e estudando as formas de viabilidade da campanha. Mas, isto não é tão importante dentro do que pensamos que é necessário fazer. Nossas dívidas, enquanto grupo de apoio à candidatura Vania Medeiros, não serão de ordem financeira e sim ideológicas pautadas nos princípios que nortearam nosso encontro: o desejo da mudança e a construção de uma instituição participativa.

P- HÁ PESSOAS QUE SE INCOMODAM COM A POLÍTICA NA INSTITUIÇÃO, ALGUMAS CHEGAM A FICAR CONSTRANGIDAS DIANTE DA ABORDAGEM DE UM CANDIDATO. COMO VOCÊ PRETENDE LIDAR COM ESSAS REJEIÇÕES?

R. É verdade. Existem mitos criados que nos colocam nesta posição. Acredita-se que um ambiente de ensino ideal é aquele onde não há conflitos. Esta idéia nos faz temer tomar uma posição política ou de qualquer outra ordem. Entendemos que se agimos e pensamos de forma igual estamos colaborando para a construção de paz e harmonia, quando na verdade são as diferenças que vão promover crescimento e formação aos jovens, de modo que eles possam desenvolver suas habilidades sociais. Essas crenças fazem com que, ao serem abordadas por um candidato, as pessoas se sintam pressionadas a assumir decisões e reagem com certo incômodo e até medo. O que pretendo fazer é respeitar o processo de amadurecimento que nossa instituição iniciou e esperar a consolidação de um ambiente democrático em que um simples pronunciamento de apoio político não seja motivo de medo por parte do servidor ou perseguição por parte das autoridades instituídas.

P-VOCÊ FAZ PARTE DE UMA ELITE NA INSTITUIÇÃO, OS DOCENTES COM TITULAÇÃO. ISTO PODE PREJUDICAR SUA CAMPANHA, CONSIDERANDO QUE ATÉ RECENTEMENTE AS TITULAÇÕES NÃO ERAM IMPORTANTES PARA AS ATIVIDADES DE ENSINO TÉCNICO?

R. Não. Pelo contrário, entendo que por ser doutora devo ter a aprovação da comunidade para assumir o cargo ao qual estou me candidatando. Por outro lado, um dos compromissos dos doutores é o de favorecer a capacitação dos colegas que ainda não fizeram pós-graduação através da elaboração de projetos que possam ser apresentados as agências de fomento. De uma vez por todas, precisamos compreender o que é a  Ifetização. Neste processo cabem ações integradas que estimulem competências vinculadas a conhecimentos e a atividades cognitivas, e não apenas a habilidades e procedimentos práticos.

P-O IFPB É UMA INSTITUIÇÃO COMPLEXA, DO PONTO DE VISTA CURRICULAR: SÃO TRÊS NÍVEIS DE ENSINO. O QUE VOCÊ VAI FAZER PARA SUAS PROPOSTAS ALCANÇAR A TODOS ESSES NÍVEIS DE ENSINO?

R. Desde 2005 que foi proposta a formação dos conselhos escolares constituídos de estudantes para a colaboração na avaliação da qualidade do ensino. Nesta gestão, que se iniciou em 2006, não foi possível constituí-los. Não houve uma estratégia capaz de estimular esta participação dos estudantes. Pretendo traçar uma estratégia de organização estudantil que garanta a permanência dos alunos na instituição assegurando, conforme o Plano Nacional de Assistência Estudantil, a associação da qualidade do ensino ministrado a uma política efetiva de investimento em assistência, que atenda às demandas de  moradia, alimentação, de saúde, de esporte, de cultura, de lazer, de inclusão digital, de transporte, de apoio acadêmico e de outras condições.

Tenho algumas idéias concretas acerca de pesquisas de demandas e planejamento para atendimento de prioridades nestas duas frentes de ações: melhoria dos processos pedagógicos e assistência estudantil.


P-COMO VOCÊ VAI ELABORAR SUA CARTA-PROGRAMA À COMUNIDADE?

R. Esta é uma construção coletiva que já se iniciou. No momento certo nós apresentaremos.

P- A PERGUNTA QUE NÃO DEVERIA SER FEITA, MAS NÃO QUER CALAR. VOCÊ NÃO TEM MEDO?

R. Eu já disse que tenho compromisso. E quem tem compromisso tem apenas um medo: o de não representar um ser histórico em seu tempo. Como estou fazendo minha parte, estou em paz e alargando a minha consciência através da reflexão sobre a minha ação.

P- VOCÊ ACHA QUE SABERÁ REPRESENTAR BEM A COMUNIDADE EM BRASÍLIA?

É óbvio que sim, senão não seria candidata. O que há em Brasília que eu não possa ouvir, refletir e me posicionar em favor dos que representarei?

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pela postura de candidata.
Na educação precisamos de pessoas comprometidas e audaciosas. Vá em frente! Estaremos torcendo e garimpando em seu favor.

Socorro Caldeira